VARIAÇÃO E MUDANÇA DO/NO PORTUGUÊS DO BRASIL

MESA REDONDA: VARIAÇÃO E MUDANÇA DO/NO PORTUGUÊS DO BRASIL
Coordenadora: Rosane de Andrade Berlinck (UNESP-Araraquara)


Os sistemas de tratamento de segunda pessoa no início do  século XX
Márcia Cristina de Brito Rumeu – Universidade Federal de Minas Gerais
Célia Regina dos Santos Lopes – Universidade Federal do Rio de Janeiro/CNPq

O objetivo do trabalho é verificar se havia, na documentação remanescente dos séculos XIX e XX, vestígios das diferenças atuais do sistema de tratamento pronominal do português brasileiro. Partindo da hipótese da existência de pelo menos três subsistemas tratamentais na posição de sujeito – (1) você, (2) tu e (3) você/tu, pretendemos contrapor cartas produzidas em cinco localidades que poderiam ser consideradas, grosso modo, representativas dessas três configurações de tratamento postuladas. Em Curitiba, no Paraná, São Paulo e em várias cidades de Minas Gerais, por exemplo, prevalece o subsistema (1) você com variação em cê, ocê no estado mineiro.
No caso da Bahia, os trabalhos sincrônicos têm demonstrado diferenças de uma área para outra. Há localidades de uso exclusivo de você (Salvador, Helvécia e Rio de Contas) e outras (Cinzento, Sapé, Poções, Santo Antônio) em que se identifica a coexistência você/tu. No Rio de Janeiro, o subsistema (3) é, sem dúvida, o vigente. Buscamos, em princípio, observar se a distinção desses três níveis se faz notar na produção escrita de fins do século XIX e início do XX. 
Outro ponto importante é analisar a questão da retenção do clítico te como complemento acusativo e dativo, independentemente do sistema de tratamento vigente na posição de sujeito (Lopes e Cavalcante, 2011).
Partindo de resultados parciais obtidos em outros trabalhos, que nos servem como hipóteses básicas, postulamos que os ambientes morfossintáticos que favorecem o uso de você, generalizados hoje no PB, já apareciam delineados nos séculos XIX-XX. Você se instaurou no quadro de pronomes, principalmente, como sujeito preenchido e complemento preposicionado oblíquo (Duarte, 2003).
As formas relacionadas ao pronome primitivo tu, contudo, não se perderam. O paradigma pronominal manteve o te complemento (acusativo “eu te amo” e dativo “eu te pedi algo”) ao lado de formas alternantes relacionadas a você (lhe e a você) que eram pouquíssimo frequentes no século XIX. Isso ocorreu e continua ocorrendo tanto nos subsistemas tratamentais em que o Tu prevalece, quanto naqueles em que predomina o emprego de Você como sujeito.
Propomos, desse modo, analisar a correlação entre esses fenômenos, buscando responder às seguintes questões: As formas de tratamento que conviviam no século XIX eram as mesmas em cartas produzidas por informantes das diferentes regiões do Brasil?
As diferenças regionais quanto à variação entre te~lhe já se faziam notar  na produção escrita em fins do XIX e início do século passado? O clítico te era produtivo, tanto no sistema tratamental no qual predominava tu, quanto no que prevalecia você como sujeito (Lopes 2008)? E no subsistema em que há alternância entre as formas tu e você, a variação entre as formas te~lhe se mantém ou o clítico te prevalece como complemento acusativo e dativo na expressão de um contexto de resistência do tu pronominal?
Os resultados preliminares a serem apresentados, nesse momento, visam a dar um panorama geral da variação você e tu na posição de sujeito a partir de documentação produzida em diferentes localidades do Brasil estudadas no âmbito do PHPB: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia. Os dados são analisados constrastivamente com base nos princípios da sociolingüística laboviana (Labov 1994).

 

Gramaticalização e sintaxe: o futuro em português
Odete Pereira da Silva Menon, Universidade Federal do  Paraná

Embora estruturas como (01) — com formas flexionadas de IR mais infinitivo — sejam atestadas na língua arcaica, elas ainda não podem ser interpretadas como perífrases de futuro (os textos antigos usam o futuro do presente (com valor também de imperativo) e a perífrase [haver + DE + INF] —(inicialmente, com valor injuntivo):
(01) Outrosy todo-llos tabaliaães em cada huum dos lugares hu morarem deuem a teer casa ou paaço em que Scpreuam as Scprituras de que deuem de dar fé./ E a que os uaam buscar aquelles que per dante elles hi forem fazer as cartas ca he certo ca os demais dos tabaliaães ho nom fazem asy nem querem teer casas... (“como deuem teer paaço pera Scpreuerem”, artigo de D. Dinis, ORDENAÇÕES, p. 196)
No português arcaico, o infinitivo que ocorre após IR (flexionado em qualquer tempo verbal) constitui uma oração final, como em (02)-(03):
02) E sse lhe nom souber outro sobrenome ou alcunha deue-lho mostrar per olho quando os enqueredores delle quiserem tomar o testemunho E deue-lhe fazer fronta per o porteiro que os uaa ueer Jurar se quiser. (Capitollo .xiiijº. como deuem nomear as testemunhas per nomes, D. Afonso III, ORDENAÇÕES, p. 131)
(03) Se ffor ffora da ujlla chamar alguém de-lhe per a legoa / .iij ssoldos... (Ley .xxix., de Dom Dinis. ORDENAÇÕES, p. 170)
isto é, “Alguém vai a algum lugar a/para fazer algo”. Nesses exemplos, o verbo IR é de deslocamento no espaço.
Quando, então, o deslocamento espacial começa a ser recategorizado em aspecto temporal? Cremos poder responder a essa questão, a partir da constatação de que uma mudança na sintaxe da língua — a da posição do advérbio na frase — desencadeou modificações na ordem dos constituintes, o que permitiu considerar que, se alguém vai a X para fazer Y, é porque isso ainda não aconteceu e, portanto, pertence ao domínio do não-realizado. Em Menon (2011) apresentamos as diferentes posições do verbo IR e do infinitivo que encontramos em ZURARA (circa 1463), isto é, na mesma obra, os três contextos que levaram à interpretação de futuro, com a posterior fixação da ordem [AUX + INF]:
(04) Ally foy o comde a fallar a Mose Martym (ZURARA, p. 340)
(05) E o mouro __ foy llogo fallar ao velho ... (ZURARA, p. 345)
(06) porque pareçee que vay fallar a seu rey. (ZURARA, p. 661)
E por que o português, diferentemente do espanhol, não conservou a preposição a (07) entre o auxiliar e o infinitivo?
(07) E açertou-se que, ao tempo que elles começavã d’apareçer, os nossos estavã prestes pera hyr a atalhar a terra... (ZURARA, p. 707)
Além da possibilidade de incluirmos IR no rol dos verbos com diferentes regências e preposições (Ø, A, DE), como começar, costumar e dever (ver em (01) as abonações dessa alternância), novamente estamos diante de uma mudança encaixada: as perífrases de gerúndio [estar, andar, ficar, continuar + gerúndio], em Portugal, começaram a ser substituídas pela construção [AUX + A + INF], no decorrer do século XVIII (MENON, 2006, 2008).
Tal modificação bloqueia, definitivamente, a possibilidade de a perífrase de futuro ser construída conservando a preposição. Assim, temos o fato de que, entre o século XV, quando podemos estabelecer que começa a gramaticalização da perífrase, a partir da coocorrência das três formas variantes em ZURARA, e o séc. XVII, ocorre a fixação da interpretação e da forma da perífrase futuro que, entretanto, vai conhecer restrições ainda no séc. XXI: agora, no português do Brasil, com relação à forma VOU IR ou com a interpretação falseada da perífrase de [estar + gerúndio], quando o auxiliar está flexionado no futuro (perifrástico).
Referências
MENON, O. P. S. O que muda e o que não muda na linguagem através dos tempos: as construções de gerúndio em português. Comunicação apresentada no Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-graduação em Lingüística e Língua Portuguesa, UNESP-Araraquara. 2006.
_____. Perífrases de gerúndio: o que mudou? In: CAGLIARI, L. C. (org.). O tempo e a linguagem. São Paulo: Cultura Acadêmica. 2008. p. 41-95.
_____. Le rôle de la syntaxe: grammaticalisation de la périphrase de futur. Comunicação apresentada na Journée d’ Études L’ expression du futur dans les langues naturelles. Universidade de Roma Tor Vergata. 2011.
Ordenações del-Rei Dom Duarte. Ed. preparada por Martim de Albuquerque e Eduardo Borges Nunes. Lisboa: Fund. Calouste Gulbenkian. 1988.
ZURARA, G. E. de. Crónica do Conde D. Pedro de Meneses. Edição e estudo de Maria Teresa Brocardo. Lisboa: Fund. Calouste Gulbenkian / JNICT. 1997 [1463].

 

Estudo de painel revisitado: Interpretando diferenças de aumentos na concordância verbal e nominal
Maria Marta Pereira Scherre, Universidade Estadual do Espírito Santo/Universidade de Brasília
Anthony Julius Naro, Universidade Federal do  Rio de Janeiro

O principal objetivo deste trabalho é discutir diferenças no aumento da concordância verbal e nominal no português brasileiro, dois fenômenos variáveis fortemente relacionados (Scherre & Naro, 2003).
Fizemos um estudo painel, com 16 falantes da amostra PEUL (Programa de Estudos sobre o Uso da Língua) do Rio de Janeiro, gravados em 1980 e regravados em 2000 (Paiva & Duarte, 2003). Destes 16 falantes, 10 não aumentaram os anos de escolaridade, mas 6 sim. Como a escolaridade é fundamental para entendimento da concordância (Naro & Scherre 2002), esta questão é nosso foco central. 
Usamos o Goldvarb X para tratamento estatístico de 2.337 dados da concordância verbal e 7.774 da nominal (Sankoff, Tagliamonte & Smith, 2005). Consideramos os falantes como uma variável independente. O Goldvarb X atribuiu pesos relativos aos 16 falantes em dois momentos do tempo para a concordância verbal e para a nominal. A seguir, calculamos as diferenças entre os efeitos dos falantes.  Para maior comparabilidade, utilizamos os pesos relativos com todas as variáveis independentes. Diferenças não estatisticamente significativas no nível de 0,10, sempre as mais baixas, estão entre colchetes.
Aumentos na concordância verbal:
1) Sem aumento de escolarização: [+02] [+13] [+15] [+17] [+20] [+22] +24 +28 +36 +38  
2) Com aumento de escolarização: [+12] +22 +40 +42 +42 +75

Na concordância verbal, nove dos 10 falantes sem aumento de escolaridade atingem aumentos na concordância (+13 a +38) no intervalo dos seis com aumento de escolaridade (+12 a +75).  Além disso, só há um falante com aumento de escolaridade que atingiu aumento de concordância mais alto (+75). Os outros cinco falantes com aumento de escolaridade exibem aumentos de concordância similares aos sem aumento de escolaridade. Então, na concordância verbal, é possível alcançar resultados similares com e sem aumento de escolaridade e há apenas um caso com aumento de concordância alto.
Aumentos na concordância nominal
1) Sem aumento de escolarização:  [+08] [+10] [+10] +12 +18 +19 +22 +25 +38 +43
2) Com aumento de escolarização:  +33 +52 +53 +58 +64 +65
Na concordância nominal, apenas dois falantes sem aumento de escolaridade atingem aumentos na concordância (+38 +43) no intervalo dos seis com aumento de escolaridade (+33 a +65) e cinco dos seis falantes com aumento de escolaridade exibem aumentos de concordância mais altos (+52 a +65). Então, na concordância nominal é possível atingir aumentos na concordância sem aumento de escolarização, mas com menos frequência (2/10), e o aumento de escolaridade fornece aumentos de concordância altos com mais frequência (5/6).
Assim, a concordância verbal se mostra mais democrática do que a nominal porque permite aumento de concordância com ou sem aumento de escolaridade; e a concordância nominal se mostra menos democrática porque separa mais os indivíduos em função do aumento de escolaridade.
O fato é que, no uso real, itens de oposição singular/plural mais salientes, favorecedores de concordância, são mais frequentes na concordância verbal (45%) do que na nominal (12%), o que facilita a percepção da concordância verbal. Todavia, na concordância nominal, a relação sintagmática é mais simples, entre elementos de um mesmo sintagma, do que na concordância verbal, entre elementos de sintagmas diferentes, o que facilita sua maior generalização. 
Portanto, na amostra urbana em tempo real, observamos aspectos cognitivos operando junto a aspectos sociais; e aspectos sociais intensificando seu efeito por meio de dimensões estruturais.
Referências
Naro, Anthony & Scherre, Marta. The individual and the community in real-time linguistic change: social dimensions. NWAV31. Stanford University. 2002.
Paiva, Conceição & Duarte, Maria Eugênia (Orgs.) Mudança linguística em tempo real. Rio de Janeiro: Contra Capa. 2003.
Sankoff, David; Tagliamonte, Sali A. & Smith, E. Goldvarb X - A multivariate analysis application. Toronto: Department of Linguistics; Ottawa: Department of Mathematics. 2005. 
Scherre, Marta & Naro, Anthony. A Trend and Panel Study of Number Agreement in Brazilian Portuguese: Structural Dimensions. NWAV32. Penn University. 2003.


Norma, variação  e mudança:um olhar sobre preposições e predicações.
Rosane de Andrade Berlinck, UNESP-Araraquara

O presente estudo tem por objetivo refletir sobre o papel que a ação normativa desempenha sobre a manifestação de processos de variação e sobre a implementação de mudanças na variedade brasileira do português. Para tal, parte-se da análise de  um fenômeno lingüístico para o qual já se dispõe de estudos descritivos, tanto em uma perspectiva sincrônica como diacrônica, e que se caracteriza como um processo de variação e mudança nessa variedade: o uso de preposições em contextos de complementação verbal. 
Um conjunto já bastante robusto de estudos sobre a alternância de preposições introdutoras de complementos verbais na variedade brasileira do português nos permite elencar algumas constatações indicativas de mudança na língua. Constatou-se a alternância de a, para e em (e secundariamente até) junto de complementos verbais que veiculam um sentido geral de “meta”, como Eu vou até o banco, Não traga seu cachorro na praia,  Joana enviou livros e roupas a seus pais, Maria contou uma piada ótima para o João.
Esse processo foi detectado já em textos oitocentistas e parece se expandir ao longo do século XX (Berlinck 2000, 2009; Guedes e Berlinck 2003; Torres-Morais e Berlinck 2006), culminando em um quadro de uso bastante restrito da preposição a (Mollica 1996; Gomes 2003; Ilari, Castilho et al 2008).
Se as informações sobre o século XIX se pautam, necessariamente, na análise de textos escritos, os estudos sobre o estágio atual da língua têm privilegiado a manifestação falada. Ainda que na fala os processos de mudança se revelem bastante  avançados, não dispomos de uma avaliação igualmente extensiva do grau de implementação de tais processos em textos escritos que representem um estágio de “consagração” social da mudança.  
De modo a investigar os embates entre norma e uso (ou entre norma e normas) e o grau de implementação desses processos, analisei o fenômeno em dois momentos – início do século XX  e do século XXI – em textos jornalísticos paulistas. Enfatizam-se os contextos para os quais a postura normativa continua prescrevendo o emprego da preposição a: construções com predicadores de direção, como ‘ir’,’vir’ e ‘chegar’ e objetos indiretos (dativos).
A base teórico-metodológica principal da pesquisa vem dos princípios e da metodologia da Teoria da Variação e Mudança Lingüísticas (Weinreich, Labov, Herzog 1968; Labov 1972, 1994, 2001). As pesquisas de base empírica, como é o caso do presente estudo, têm se beneficiado enormemente dos conceitos e discussões desenvolvidos sobre gêneros textuais e tipificação textual; desse modo levamos em conta também essa fundamentação, essencial na etapa de seleção das fontes de dados, mas igualmente na interpretação dos processos de variação e mudança (Bakhtin 1992, Marcuschi 2008).
Referências bibliográficas:
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. [1979]
BERLINCK, R.de A. O objeto indireto no português brasileiro do século XIX. In: CONGRESSO NACIONAL DA ABRALIN, n. 2, 2000, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2000.
BERLINCK, R. de A. ‘Dirigir-se para a sede social da Elite Flor da Liberdade’ e ‘oferecer um banquete aos visitantes’: sobre a variação de preposições em complementos verbais. Comunicação oral. Grupo Temático: Linguística Histórica. VI Congresso Internacional da ABRALIN. UFPB - João Pessoa. 4 – 7 de março de 2009.
GOMES, C.A. Variação e mudança na expressão do dativo no português brasileiro. In: PAIVA, M. da C.; DUARTE, M.E.L. (orgs) Mudança lingüística em tempo real . Rio de Janeiro: Contra Capa Editorial, 2003.
GUEDES, M.; BERLINCK, R. de A. Variação em complementos preposicionados no português paulista do século XIX.. Estudos Lingüísticos 32. Documento C198.htm. Publicação do Grupo de Estudos Lingüísticos do Estado de São Paulo. 2003.
ILARI, R.; CASTILHO, A. et al. A preposição. In: ILARI, R.;NEVES, M.H.M. (orgs) Gramática do Português Culto Falado no Brasil. Vol. 2: Classes de palavras e processos de construção. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2008. p.623-804.
LABOV, W. Sociolinguistic patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972.
LABOV, W. Principles of Linguistic Change. Vol. 1: Internal Factors. Cambridge, MA/Oxford: Blackwell Publishers. 1994.
LABOV, W. Principles of Linguistic Change. Vol. 2: Social Factors. Cambridge, MA/Oxford: Blackwell Publishers. 2001.
MARCUSCHI, L.A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão .São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
MOLLICA,M.C. de M.A regência variável do verbo ir de movimento. In OLIVEIRA e SILVA,G., SCHERRE, M.M.P.(orgs) Padrões Sociolingüísticos. Rio de Janeiro:Tempo Brasileiro,1996.
TORRES-MORAIS, M.A.C.R.; BERLINCK, R. de A. A caracterização do objeto indireto no português: aspectos sincrônicos e diacrônicos. In: LOBO, T. et al. (orgs) Para a história do português brasileiro. Vol. VI: Novos dados, novas análises. Tomo I. Salvador: EDUFBA, 2006. pp. 73-105.
WEINREICH, U., W. LABOV & M. HERZOG . Empirical Foundations for a Theory of Language Change. In W.P. Lehmann & Y. Malkiel (eds.) Directions for Historical Linguistics. Austin: University of Texas Press, 1968.